A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (19), a Operação Ourives, que investiga um grupo criminoso envolvido na comercialização ilegal de ouro extraído de garimpos clandestinos no Amazonas e em Roraima.
Entre os investigados estão agentes da segurança pública estadual e empresas de fachada usadas para lavar dinheiro. O esquema movimentava grandes quantidades de ouro, transportadas por embarcações, caminhões e aeronaves.
Leia mais: Recém-nascida morta com saco na cabeça é encontrada em lixeira
Esquema envolvia agentes públicos e empresas de fachada
De acordo com a PF, a organização criminosa contava com a participação de ourives, empresários e agentes de segurança. O ouro ilegal era manipulado e revendido em cidades como Boa Vista (RR), Humaitá, Japurá e São Gabriel da Cachoeira (AM).
Os agentes públicos garantiam a passagem segura do material, além de fornecerem ouro ilegal para intermediários. Empresas de fachada eram utilizadas para ocultar as transações financeiras e dificultar o rastreamento do dinheiro.
Mandados de busca e apreensão em Manaus
Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Manaus. A ação faz parte da fase inicial da investigação, que busca reunir provas sobre o funcionamento da organização criminosa.
A PF também investiga a possível participação de outros agentes públicos e empresários no esquema. O objetivo é desmantelar toda a rede de lavagem de dinheiro e comércio ilegal de ouro.
Crimes investigados e possíveis punições
Os envolvidos poderão responder por diversos crimes, incluindo:
- Obtenção de financiamento mediante fraude
- Sonegação fiscal
- Falsidade ideológica
- Lavagem de dinheiro
- Associação criminosa
As penas para esses crimes podem ultrapassar 10 anos de prisão, além de multas e confisco de bens adquiridos ilegalmente.
Garimpo ilegal e impactos ambientais
O garimpo ilegal tem sido um dos principais problemas ambientais da região amazônica. A extração clandestina de ouro causa desmatamento, contaminação de rios por mercúrio e destruição da biodiversidade.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desmatamento na Amazônia aumentou nos últimos anos, impulsionado pela mineração ilegal. A ação das autoridades é essencial para combater esse tipo de crime.
Operações anteriores contra o garimpo ilegal
Nos últimos anos, a Polícia Federal tem intensificado as operações contra o garimpo ilegal na Amazônia. Em 2023, a Operação Eldorado desarticulou uma rede criminosa semelhante, que movimentava milhões de reais com a venda de ouro extraído ilegalmente.
Especialistas apontam que, além da repressão, é necessário fortalecer a fiscalização e criar alternativas econômicas para as populações que dependem da mineração ilegal.
Denúncias e canais de comunicação
A Polícia Federal incentiva a população a denunciar atividades suspeitas relacionadas ao garimpo ilegal e comércio clandestino de ouro. As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo telefone 181 ou pelo site oficial da PF.
O combate ao crime organizado na Amazônia depende da colaboração entre autoridades e sociedade. Ações como a Operação Ourives são fundamentais para reduzir os impactos da mineração ilegal e responsabilizar os envolvidos.