O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. A denúncia foi protocolada nesta quinta-feira (5), exatamente três anos após o crime, ocorrido no Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
Segundo o MPF, os dois foram mortos de forma cruel e sem chance de defesa. O motivo do crime foi considerado torpe e desprezível. Bruno e Dom estavam em expedição na segunda maior terra indígena do Brasil.
Mandante dos assassinatos de Bruno e Dom é denunciado
A denúncia foi apresentada pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal. O caso corre na Justiça Federal de Tabatinga (AM), com apoio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ).
O MPF também pediu o fim do sigilo processual. O objetivo é dar mais transparência e permitir ampla divulgação das informações.
Crime chocou o Brasil e o mundo
Bruno e Dom desapareceram em 5 de junho de 2022. A notícia mobilizou autoridades, indígenas, moradores da região e a imprensa internacional.
Os corpos foram encontrados dias depois, enterrados na floresta. As investigações apontaram que eles caíram em uma emboscada armada por criminosos da região.
MPF quer responsabilização total dos envolvidos
Desde o crime, o MPF atua para punir todos os envolvidos. Três pessoas já foram presas e respondem por participação direta nos assassinatos.
Agora, com a nova denúncia, o MPF mira quem planejou e mandou matar. A investigação aponta que o mandante tinha interesse em silenciar os dois, que denunciavam crimes ambientais e pesca ilegal na região.
Entenda o caso Bruno e Dom
- Data do crime: 5 de junho de 2022
- Local: Vale do Javari, Amazonas
- Vítimas: Bruno Pereira (indigenista) e Dom Phillips (jornalista)
- Motivação: denúncias contra crimes ambientais
- Investigação: conduzida pelo MPF com apoio da PF
O Vale do Javari é uma das regiões mais isoladas da Amazônia. A área sofre com a presença de garimpeiros, pescadores ilegais e traficantes.
Bruno trabalhava com indígenas para proteger o território. Dom, que escrevia para veículos internacionais, documentava a situação local.
Próximos passos do processo
Com a denúncia aceita, o mandante pode virar réu. A Justiça decidirá se ele será julgado pelo Tribunal do Júri.
O MPF reforça que seguirá atuando para garantir justiça às vítimas e às comunidades indígenas da região.
Mais detalhes sobre o caso estão disponíveis no site oficial do Ministério Público Federal.
