Um vídeo que ganhou repercussão nas redes sociais na última terça-feira (22) mostra um acidente causado por uma cratera encoberta por folhas secas em uma via do bairro Terra Nova, na zona norte de Manaus. De acordo com moradores da região, o buraco existe há cerca de três meses e eles cobram uma resposta da Prefeitura de Manaus quanto à falta de infraestrutura no local.
Nas imagens, é possível ver um carro que caiu dentro da cratera, supostamente escondida pela vegetação acumulada. A situação gerou revolta entre os moradores. Um deles criticou a postura da gestão municipal: “O prefeito fala que só tem um buraco na rua, mas esse aqui está aberto há meses”, desabafou.
A crítica faz referência a uma declaração do prefeito David Almeida (Avante), dada em entrevista a um portal local. Na ocasião, ele afirmou que opositores na Câmara Municipal praticam o que chamou de “política da lacração”, destacando buracos isolados mesmo em ruas onde a maioria da pavimentação já foi concluída.
“Eles vão lá, mostram um buraco e dizem que a rua está abandonada. Mas 98% da rua já foi asfaltada. Só focam naquele ponto específico”, disse o prefeito durante a entrevista.
“Mais buracos que a Lua”
O tráfego intenso, principalmente de veículos pesados como ônibus e caminhões, também acelera o processo de deterioração, especialmente em vias que não foram projetadas para esse tipo de carga. A falta de manutenção preventiva agrava o problema, já que pequenas falhas que poderiam ser corrigidas acabam se transformando em buracos maiores.
Obras mal feitas ou mal finalizadas por empresas de serviços — como água, esgoto ou telefonia — também são comuns e criam pontos frágeis no asfalto. Em alguns casos, problemas no solo, como erosão ou instabilidade, contribuem ainda mais para o surgimento dos buracos.
Por fim, a má gestão pública e a corrupção também têm impacto direto. Obras de baixa qualidade, falta de fiscalização e o uso indevido de recursos podem resultar em pavimentações que se deterioram rapidamente. Em resumo, os buracos nas ruas refletem tanto o impacto de fatores naturais quanto a ausência de um planejamento urbano eficaz, fiscalização rigorosa e investimentos adequados em infraestrutura e manutenção.