Carlos Robério Vieira Pereira, de 60 anos, vivia há mais de duas décadas na capital amazonense, onde levava uma vida de empresário, mesmo sendo foragido da Justiça.
Ele foi condenado a 18 anos de prisão por executar o auditor fiscal José Raimundo Aras, em Petrolina (PE), a mando de empresários envolvidos em um esquema de sonegação de impostos conhecido como “Máfia do Açúcar”.
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Empresário em Manaus, foragido da Justiça
Segundo a delegada Débora Barreiros, Carlos vivia em Manaus como se nada tivesse acontecido. Ele era dono de uma frota de caminhões e estava bem estabelecido na cidade.
“Ele estava aqui há mais de 20 anos, com frota própria, vivendo como empresário. Atuava normalmente, mesmo condenado por homicídio”, disse a delegada.
A prisão só aconteceu após a polícia da Bahia, que faz divisa com Pernambuco, identificar sua localização e comunicar as autoridades do Amazonas.
Auditor foi morto por combater esquema milionário
José Raimundo Aras era conhecido por sua atuação firme contra fraudes fiscais. Ele investigava um grupo de empresários que sonegava impostos em larga escala no setor atacadista de açúcar.
Esses empresários tentaram suborná-lo, mas ele recusou a propina. Como consequência, teve sua morte encomendada e executada por Carlos Robério.
“Ele não se curvou à corrupção. Por isso, foi morto”, afirmou a delegada.
Outros envolvidos já foram presos
Na época do crime, outros participantes do esquema também foram presos. Carlos, no entanto, conseguiu fugir e se esconder por mais de 20 anos.
Agora, ele deve cumprir a pena pela qual foi condenado. O caso volta a chamar atenção para a atuação de grupos criminosos contra servidores públicos que combatem a corrupção.
Casos como esse reforçam a importância da proteção a fiscais e auditores que enfrentam esquemas poderosos e violentos. Em 2022, segundo dados da Receita Federal, mais de R$ 200 bilhões foram recuperados em ações de combate à sonegação no Brasil.