Em Humaitá, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu em flagrante um homem de 25 anos por ameaça, violência psicológica e violência doméstica contra sua ex-companheira, de 24 anos. A prisão aconteceu na noite de terça-feira (1º), no bairro São Cristóvão, após denúncias feitas pela mãe da vítima.
Segundo a delegada Wagna Costa, titular da Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Humaitá, a ação foi desencadeada após a mãe da jovem receber ligações de vizinhos relatando agressões. Mesmo com a vítima negando inicialmente, novos episódios no mesmo dia levaram à intervenção policial.
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A mulher chegou a se esconder no apartamento de um vizinho para fugir do agressor. A polícia foi acionada e encontrou o suspeito ainda nas proximidades do imóvel.
Homem é preso por violência doméstica em Humaitá
O caso ganhou repercussão no município, distante 590 quilômetros de Manaus. A prisão em flagrante ocorreu após vizinhos confirmarem que a vítima era frequentemente agredida pelo ex-companheiro.
“Recebemos relatos consistentes de que a jovem sofria agressões constantes. Diante disso, fizemos a prisão em flagrante do suspeito”, afirmou a delegada Wagna Costa.
O homem foi levado à unidade policial, onde foi autuado por ameaça, violência psicológica e violência doméstica. Ele aguarda audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça.
Vítima se escondeu para escapar das ameaças
A sequência de agressões começou na segunda-feira (31/03), quando a mãe da vítima foi alertada por um vizinho. Ao chegar na casa da filha, ouviu que havia sido apenas uma discussão. No entanto, horas depois, a situação se agravou.
Por volta das 21h, a mãe recebeu nova ligação. A filha havia se escondido no apartamento ao lado para escapar das ameaças do ex-companheiro. A polícia foi chamada e agiu rapidamente.
Esse tipo de comportamento é característico de relacionamentos abusivos, em que a vítima, muitas vezes, nega a agressão por medo ou dependência emocional.
Violência doméstica ainda é realidade no Amazonas
Casos como esse são comuns no estado. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), só em 2023 foram registrados mais de 6 mil casos de violência doméstica no estado.
O número de prisões em flagrante por esse tipo de crime também aumentou, reflexo da maior conscientização e denúncias feitas por familiares e vizinhos.
O Ministério da Justiça reforça que qualquer pessoa pode denunciar casos de violência doméstica pelo Disque 180, de forma anônima e gratuita.
Como identificar sinais de violência psicológica
A violência psicológica é silenciosa, mas devastadora. Ela pode incluir:
- Ameaças constantes
- Isolamento da vítima de amigos e familiares
- Controle excessivo sobre o que a vítima faz ou veste
- Humilhações e xingamentos frequentes
Esses sinais foram observados no caso de Humaitá. A jovem vivia sob constante medo, o que a levou a se esconder para tentar escapar do agressor.
Importância da denúncia e do apoio familiar
O papel da mãe da vítima foi crucial para a prisão do suspeito. Ao agir rapidamente e buscar ajuda, ela evitou que a situação se agravasse ainda mais.
“A denúncia é fundamental. Muitas vezes, a vítima não consegue sair sozinha da situação de violência. O apoio da família pode salvar vidas”, destacou a delegada Wagna Costa.
Especialistas reforçam que o primeiro passo para romper o ciclo de violência é não silenciar. Denunciar é um ato de coragem e proteção.
O que acontece após a prisão em flagrante
Após ser preso, o suspeito foi levado à delegacia e autuado por três crimes:
- Ameaça
- Violência psicológica
- Violência doméstica
Ele passará por audiência de custódia, onde a Justiça decidirá se ele responderá em liberdade ou permanecerá preso. Enquanto isso, a vítima receberá acompanhamento e poderá solicitar medidas protetivas.
Essas medidas incluem o afastamento do agressor, proibição de contato e, em casos mais graves, até escolta policial.
Casos semelhantes no interior do Amazonas
Infelizmente, esse não é um caso isolado. Em fevereiro deste ano, em Manacapuru, um homem foi preso após agredir a esposa com socos e pontapés.
Em outro caso, em Itacoatiara, um homem foi denunciado por manter a companheira em cárcere privado por mais de dois anos.
Essas ocorrências mostram a urgência de políticas públicas voltadas ao combate à violência contra a mulher, especialmente em regiões mais afastadas da capital.
Como buscar ajuda em casos de violência doméstica
Se você ou alguém próximo está em situação de risco, procure ajuda. Os principais canais são:
- Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher
- 190 – Polícia Militar (em caso de emergência)
- Delegacias Especializadas – como a DEP de Humaitá
Além disso, existem ONGs e redes de apoio que oferecem acolhimento psicológico, jurídico e social para vítimas de violência doméstica.
Denunciar é o primeiro passo para quebrar o ciclo de abusos e garantir segurança para a vítima e sua família.