Embaixada da Suécia cobra R$500 milhões de Manaus e prefeito recusa encontro

A Embaixada da Suécia no Brasil informou, em nota divulgada nesta terça-feira, que a Agência Sueca de Crédito à Exportação (EKN) está cobrando aproximadamente 500 milhões de reais da cidade de Manaus, referente a 296 ônibus adquiridos em 2012, que estão com pagamentos atrasados desde 2015.

Segundo a representação diplomática do país europeu, a inadimplência levou a EKN a impor restrições às garantias para transações com entidades públicas estaduais e municipais no Brasil.

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Em um acordo fechado em 2012, durante a gestão do então prefeito Amazonino Mendes, a agência sueca forneceu garantias de empréstimo a três operadoras brasileiras na capital amazonense (Global, Integração e Rondônia) para a aquisição de ônibus suecos.

Em 2015, as operadoras entraram em inadimplência, e a cidade de Manaus e o Sinetram (autoridade local de trânsito) não redirecionaram os pagamentos para as contas de garantia designadas, como previa o contrato.

“Do lado da Suécia, temos enfatizado que estamos empenhados em resolver esta situação de forma justa e eficiente”, afirma a embaixadora da Suécia no Brasil, Karin Wallensteen. “E nos preocupa a demora do pagamento porque, quanto mais o tempo passa, mais o valor aumenta, e isso pode ser muito prejudicial para a cidade de Manaus”, completa.

A EKN tem buscado resoluções para o impasse por meio de várias reuniões com autoridades de Manaus. Em agosto, uma delegação da EKN e da Embaixada da Suécia foi a Manaus e se reuniu com o governador do Amazonas, Wilson Lima, com representantes da Câmara Municipal e do Sinetram, e com outros atores importantes ligados ao caso.

Sem reunião com o prefeito

A agenda da viagem também incluía uma reunião com o prefeito de Manaus, David Almeida, mas ele recusou o encontro.

“Me preocupa que a situação atual seja um obstáculo à possibilidade de Manaus renovar sua frota de ônibus. Só quem perde é a população da cidade”, ressalta a embaixadora.

A agência já deu início a ações judiciais contra as operadoras de ônibus, o sistema de transporte público e o município de Manaus.

A EKN convoca o prefeito de Manaus e a Sinetram a honrarem seus acordos, depositando imediatamente os fundos devidos nas contas de custódia designadas”, conclui a nota da Embaixada da Suécia.

Reportagem publicada pela Revista Veja

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