O Avante, partido do prefeito de Manaus, David Almeida, prevê o pagamento de R$ 2,5 mil pastores evangélicos durante a pré-campanha eleitoral em Manaus (AM). Os valores devem ser pagos até 15 de agosto deste ano e constam em relações junto com nomes e denominações religiosas obtidas junto a funcionários do partido, que investe na reeleição de Almeida à Prefeitura.
As listas foram obtidas pela Revista Cenarium e divulgadas em reportagem publicada nesta terça-feira (14). São três relações com nomes de pastores atuantes em congregações de Manaus, seguidas dos valores a serem pagos. A .arca que encabeça o documento é da Instituição Base Cristã do Amazonas, entidade presidida pelo pastor José Carlos Porto Silva, que agrega 24 convenções evangélicas na capital amazonense.
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José Carlos Porto Silva foi um dos correligionários do Avante nas eleições gerais de 2022, quando o partido fez parte do arco de aliança do então candidato à reeleição, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil). O seguimento evangélico, tradicionalmente próximo a David Almeida, tem sido foco de baixas e seria um público a ser “retomado” pelo atual prefeito nesta corrida eleitoral.
O material obtido pela CENARIUM detalha que o valor de R$ 2,5 mil será destinado a cada um dos presidentes de convenções que formam a Base Cristã do Amazonas, incluindo José Carlos Porto. Nesta lista, estão registrados 17 nomes. O total direcionado aos líderes chega a R$ 42,5 mil. (Veja as listas abaixo)
Em uma segunda lista aparecem os 17 nomes anteriormente citados e mais 22 pastores, com a destinação de um valor de R$ 2 mil para cada um. Há ainda observações ao lado de alguns dos valores, como “OK”. O total contabiliza R$ 78 mil.
Uma terceira lista apresenta os nomes dos presentes das convenções, seus respectivos cargos e de qual instituição fazem parte. O valor numérico de “2,000”, o equivalente a R$ 2 mil”, também aparece nas observações, que seguem com anotações como “RECEBIDO“, “FECHADO” e “RESTA 2,000“. Algumas delas, escritas como uma assinatura.
A CENARIUM questionou o Diretório Municipal do Avante acerca do assunto, mas não obteve retorno. A reportagem também tentou contato com o pastor José Carlos Porto Silva, mas as ligações não foram atendidas.
David busca recuperar apoio de lideranças evangélicas
No fim de abril, o Ministério Internacional da Restauração (MIR), que tem à frente o apóstolo Renê Terra Nova, deixou David Almeida e declarou apoio ao pré-candidato do PL à Prefeitura de Manaus, Alberto Neto, conforme mostrou a CENARIUM. A confirmação ocorreu durante um culto religioso na capital amazonense, com a presença do apóstolo que ajudou eleger David Almeida em 2020.
A Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas (Ieadam), que tem como um dos líderes o deputado federal e pastor Silas Câmara (Republicanos), também deu sinais de que não vai caminhar com o atual prefeito de Manaus nas eleições municipais de outubro. No último dia 27 de abril, o parlamentar se dirigiu ao pré-candidato do União Brasil à prefeitura da capital amazonense, Roberto Cidade, como “futuro prefeito de Manaus“.
As duas últimas igrejas a abandonarem o prefeito foram a Sara Nossa Terra e Mundial do Reino de Deus, que também confirmaram apoio a Alberto Neto. O líder da primeira, Robson Mantovani, convidou fiéis a prestigiarem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quando este passou pela cidade, no início de maio, para evento de lançamento da pré-candidatura Alberto Neto.
“Estou passando por aqui para convidar vocês a participar com nosso eterno presidente Jair Bolsonaro e o pré-candidato a prefeito Alberto Neto. Participe, vamos prestigiar nosso presidente e juntos nessa grande batalha de melhorar a vida do Brasil”, declarou na época.
Já o pastor da Igreja Mundial do Reino de Deus, Valdemiro Santiago, reforçou o apoio a Alberto, e afirmou que o pré-candidato fará um bom trabalho como prefeito de Manaus, caso seja eleito. “Estou contando muito com minhas ovelhinhas manauaras, porque o Capitão Alberto vai estar concorrendo às eleições para prefeito de Manaus. Vai ser o melhor prefeito que Manaus já teve”, reiterou.
